O cartão de crédito, um dos principais meios de pagamento no Brasil, pode passar por uma significativa mudança, pondo fim ao tão apreciado parcelamento sem juros. Esta funcionalidade, que facilita a vida do consumidor brasileiro, tem sido alvo de intensos debates nos últimos meses.
O debate ganhou destaque quando o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, levantou a possibilidade de reformular o parcelamento sem juros em agosto deste ano.
Ele ressaltou que essa modalidade desempenha um papel relevante no uso do juro rotativo pelo consumidor, contribuindo para os índices de inadimplência.
Banco Central deve afastar a possibilidade
Recentemente, durante uma reunião com diversas associações, o presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Paulo Solmucci, revelou ao UOL que o Banco Central estaria recuando na ideia de realizar alterações no parcelamento sem juros.
Segundo Solmucci, estudos realizados pelo BC não estariam indicando uma relação direta entre o parcelamento e o aumento da inadimplência.
Os estudos apresentados durante a reunião, de acordo com Solmucci, sugerem que o parcelamento está, na verdade, associado a menores índices de inadimplência.
A Associação Brasileira de Instituições de Pagamentos (Abipag) também conduziu um estudo que apontou maior inadimplência entre aqueles que optam por efetuar compras em parcela única.
Proposta na alteração de parcelamento sem juros
O debate foi iniciado por Campos Neto, que propôs a implementação de um limite de 12 parcelas sem juros.
No entanto, grandes bancos estão considerando reduzir ainda mais o número de parcelas, possivelmente para seis ou quatro. As discussões sobre o tema ocorreram em uma reunião realizada em 16 de outubro, mas não chegaram a um consenso.
A incerteza sobre o futuro do parcelamento sem juros no cartão de crédito mantém consumidores e especialistas atentos, aguardando decisões que podem impactar significativamente os hábitos de pagamento no país.