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Caixa reduziu os créditos para os financiamentos imobiliários

A Caixa Econômica Federal, responsável por cerca de 70% dos financiamentos imobiliários no Brasil, anunciou uma drástica redução nos valores de crédito disponíveis para a compra de imóveis, uma medida que entrará em vigor a partir de 1º de novembro. O novo limite permitirá financiar apenas 70% do valor do imóvel pelo Sistema de Amortização Constante (SAC) e 50% pela Tabela Price, em comparação aos 80% e 70%, respectivamente, que eram oferecidos anteriormente.

A mudança, que foi esperada pelo mercado, exigirá que os consumidores aumentem o valor da entrada. Para um imóvel de R$ 1 milhão, por exemplo, o pagamento inicial necessário pelo SAC passará de R$ 200 mil para R$ 300 mil, enquanto pela Tabela Price o comprador terá que desembolsar R$ 500 mil de entrada. Além disso, uma nova regra restringe o cliente a ter apenas um financiamento ativo na Caixa.

O presidente da Caixa, Carlos Vieira, já havia sinalizado, em maio, que o banco estava operando no limite de sua capacidade de financiamento. O coordenador do curso de negócios imobiliários da FGV, Alberto Ajzental, ressaltou que a diminuição dos recursos na poupança, com retiradas que chegam a R$ 80 bilhões por ano, impactou diretamente a disponibilidade de crédito. A participação do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) no financiamento imobiliário despencou de 70% para menos de 34%, conforme o especialista.

Com a alta da taxa Selic e a escassez de recursos, a Caixa agora busca alternativas para suprir a demanda. O banco já captou recursos por meio de letras de crédito e emissão de títulos, além de pedir ao Banco Central a liberação de depósitos compulsórios, o que poderia liberar entre R$ 70 bilhões e R$ 80 bilhões para financiamento.

Até setembro de 2024, a Caixa havia concedido R$ 175 bilhões em crédito imobiliário, um aumento de 28,6% em relação ao ano anterior. No entanto, especialistas alertam que a nova realidade pode dificultar o acesso ao crédito para muitos consumidores, que precisarão reavaliar suas opções de financiamento.

Para o futuro, advogados e especialistas em economia prevêem que, se não houver uma estratégia eficaz para captação de recursos a preços acessíveis, o impacto da escassez de crédito recairá sobre o consumidor, resultando em custos mais altos para o financiamento da casa própria.

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